sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Papa e Taizé

Festa da luz para celebrar o irmão Roger
Foto retirada daqui
A comunidade de Taizé celebrou este domingo os setenta e cinco anos da sua criação, bem como o centésimo aniversário do seu fundador, o irmão Roger Schutz, e os dez anos da sua morte.

O Papa Francisco mencionou essas efemérides na Audiência geral de quarta-feira. No domingo já tinha enviado uma mensagem pelo cardeal Kurt Koch, na qual classifica a comunidade “como uma verdadeira ‘parábola de comunhão’, que, até hoje, vem desempenhando um papel importante para construir pontes de fraternidade entre cristãos”. Nessa mensagem refere as principais características da experiência de Taizé: a oração, a reconciliação e a solidariedade, que atraem jovens de todo o mundo. Entre 9 e 16 de Agosto, reuniram-se naquela pequena aldeia da Borgonha mais de sete mil jovens.

“Ao buscar com paixão a unidade da Igreja Corpo de Cristo, o irmão Roger abriu-se aos tesouros depositados nas diversas tradições cristãs, sem com isto romper com a sua origem protestante. Pela perseverança que demonstrou durante a sua longa vida, ele contribuiu para modificar as relações entre cristãos ainda separados, traçando para muitos um caminho de reconciliação”, escreveu o Papa.

Recorda também que o irmão Roger “amava os pobres, os desfavorecidos, os que, aparentemente, não contam. Ele mostrou, por sua existência e pela de seus irmãos, que a oração caminha junto com a solidariedade humana”.

O atual líder da comunidade, o irmão Alois, num encontro com os jovens, atualizou as preocupações do seu antecessor e falou dos novos sofrimentos, como são as populações deslocadas, catástrofes ecológicas, desemprego em massa, violências... “Tudo isso reclama novas solidariedades”. Propôs mesmo, em sintonia com o que têm dito os últimos papas, a criação de “instâncias supranacionais e mesmo de uma espécie de autoridade universal, que fixe as regras para assegurar uma maior justiça e para manter a paz”, como se pode ler no blogue “Religionline”, num texto de António Marujo, que tem acompanhado as celebrações em Taizé.

No dia em que se completaram dez anos sobre a morte do irmão Roger, cinco mil pessoas participaram numa “Festa da Luz”. Espera-se que Taizé continue a congregar os cristãos em torno da reconciliação e da solidariedade e a irradiar a sua luz ao mundo.

(Texto publicado no Correio da Manhã de 21/08/2015)

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